Saí com uns amigos pra dançar ontem aqui em Lahti. Nos primeiros minutos, fiquei parado na pista de dança reparando como os finns (aprox.) entre 20 e 35 anos que estavam ali paqueravam (não lembro um termo menos brega...rs). Foi interessante ver como o álcool tem um papel importantíssimo no processo de acasalamento da solteirada. Pra bem ou mal.
A maioria das meninas finlandesas naquela pista pareciam bêbadas, mas naquele estilo "porre feliz." Dançavam e sorriam com as girlfriends, se abraçavam, sorriam em direção aos caras que as interessavam, mas nada ao estilo "vem ni mim que sou facinha." Como as finlandesas se produzem muito bem para sair, a imagem que elas passavam era de controle total do pilequinho.
Controle que faltava a alguns finlandeses homens. Haviam os moderados, que ficavam no canto batendo papo com os amigos enquanto desciam uma cervejinha. Mas no meio da pista o ritmo era outro. Ali o porre de alguns caras daria pane em bafômetro. E estes doidos eram os mais indiscretos nas cantadas. O que é irônico: muitos pareciam se aventurar ao pé do ouvido quando nem conseguiam ficar mais em pé direito. Imagina pra falar? É entre esses que surgiam as cenas mais constrangedoras.
Tinha um camarada enorme que se chegava nas meninas como se fosse um Boneco de Olinda: endurecia o corpo pra não demonstrar que estava bêbado e cercava a menina com braços abertos tipo siri. Outros inclinavam o corpo pra falar com as meninas e derramavam a bebida pra tudo que é lado. Entre casos diferentes de comportamento manguaçado eu reparei uma coisa interessante. Aquele lance que nós brasileiros adoramos de dar cantada colocando a mão no ombro ou na cintura aqui não rola. Contato físico parece sinônimo de intimidade e não de simpatia cretina, como é pra muita gente no Rio, pelo menos. Mas foi com contato que se deu a cena mais patética da noite.
O mais bêbado de todos, aquele que vagava feito zumbi, se aproximou e inclinou pra conversar com uma menina. Não sei como, mas ele perdeu o equilíbrio e ploft! Abriu aquele clarão no salão, típico de brigas no Brasil. Quando olhamos, ele caído e rindo de um lado, ela levantando rápido envergonhada e sumindo do outro. Ajudado, ele levantou, riu e continuou sua saga de morto-vivo no salão (ele ainda estava lá quando fomos embora bem mais tarde).
Resumindo, beber para ter coragem pra paquerar, como dizia vovó, é normal em todo o mundo. Pessoas malas também são. Mas a impressão que tive ontem é de que naquela pista daquele bar a proporção de caras chatos e muito bêbados era alta em relação aos que de fato estavam curtindo. Acho que não dá pra generalizar e dizer que "finlandês é assim." Mas parece que aqui o álcool é muito mais essencial pra azaração. Afinal, finns em geral parecem muito tímidos e reservados. O problema de muitos é não saber encontrar o limite entre drink social e pagação de chacota.