O Léo continua na Finlândia, mas o blog chegou ao fim. As postagens favoritas do autor estão aí para a memória dele e de quem tiver sem nada melhor pra fazer além de ler blog velho. :) Qualquer coisa, entra em contato por e-mail: lecczz@gmail.com.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

O Grito em Helsinki

Historia baseada em aviso real e na pintura "O Grito", de E. Munch. A gente viu o aviso no prédio da minha sogra, em Helsinki.

Em uma certa noite chuvosa de outono, em Helsinki, Edvard (norueguês residente aqui) chegou em casa cansado do trabalho, estacionou o seu carro zerinho atrás do prédio e subiu pro seu apartamento. Estava tão exausto que nem pensou em ler os avisos no mural da entrada. Deixou as luzes do corredor apagadas, se curvou e subiu os três lances de escada.

Na manhã seguinte, ouviu-se um grito, um choro desesperado e depois, o silêncio.

As luzes dos apartamentos se acenderam e nas sombras viam-se silhuetas curiosas querendo saber o que houve. Um senhor do primeiro andar pegou seu velho Nokia, deixou o 112 preparado e correu para ver o que havia acontecido. Ao que viu, de imediato ligou para a emergência e se agachou vendo se poderia fazer alguma coisa, mas já era tarde.

"O que aconteceu?", perguntou sua esposa sonolenta ao encontrá-lo no corredor voltando ao seu apartamento depois q a ambulância chegou. "Eu não disse!? Eu avisei! Será que ele não leu o aviso que eu coloquei no mural?", reclamou o homem com o joelho sujo com lama e folhagem. "O que foi, homem!!!???", perguntou a esposa preocupada.

"O vizinho, aquele do carro novo, morreu. As pêras o mataram."

Pararam os dois na frente do mural onde o seguinte aviso alertava aos moradores:

"Atencão motoristas,
CUIDADO COM AS PÊRAS CAINDO DAS ÁRVORES

Recomendamos deixar os veículos no estacionamento superior (especialmente em dias com vento)"


Ao ver o carro destruído, o coracão de Edvard não aguentou. Lá fora, os paramédicos recolhiam o corpo enquanto algumas senhoras recolhiam as pêras de cima do Audi amassado para fazer tortas e servi-las no seu funeral.

O grito de Edvard