O Léo continua na Finlândia, mas o blog chegou ao fim. As postagens favoritas do autor estão aí para a memória dele e de quem tiver sem nada melhor pra fazer além de ler blog velho. :) Qualquer coisa, entra em contato por e-mail: lecczz@gmail.com.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Fofoca e put@ria em Helsinki sábado a noite*

Você sabe que eu não sou de fofoca, mas de vez em quando é bom a gente contar uma ou outra pra gente ver que nem sempre é brasileiro que inventa esse tipo de sacanagem.

Este fim de semana, a Wife e eu fomos pra Helsinki comemorar nosso terceiro aniversário de casamento. Foi lá na capital que a gente ficou sabendo dessa situação no mínimo muito enrolada. Eu diria até que é uma tremenda putaria. Safadeza mesmo, dessas que você ouve e pensa: "só pode ser novela". Nesse caso, não era.

A gente soube na noite de sábado. A parada foi escandalosa. Parece que um homem e uma mulher, entre 25 e 30 anos, estavam noivos pertos do casamento. O problema é que eles trabalhavam para o mesmo patrão, um coroa que queria porque queria levar a noiva do cara pra cama. Só que esse coroa ricaço era casado e morria de ciúmes da mulher. Ele ouviu dizer que um molecote estava tentando lhe dar uma bolada nas costas, entende? Não? Po, o garotão queria passar a perna no velho e lhe colocar um par de chifres enquanto ele só pensava em tomar a futura esposa do outro. O pior é que o muleque prestava uns serviços pra mulher do coroa e um dia quase que rolou um flagrante que certamente terminaria em morte. Se o garotão não tivesse fugido pela janela daria merda com certeza.

Eu avisei. Eu não falei que era sem-venhorguice? O pior é que não acaba por aí.

A Wife e eu estávamos ali na Mannerheimintie perto do Hesperian Puisto quando a gente ficou sabendo desse rolo. Eu não lembro bem dos detalhes, mas fiquei sabendo que quando o cara e a moça iam se casar, apareceu uma velha falando que o noivo era, na verdade, seu noivo. Ela tinha uns papéis e tudo comprovando. Num to dizendo? Não parece um daqueles casos que acontecem em novelas tipo "Tieta" ou em peça de Nelson Rodrigues? Nesse caso, porém, eu posso adiantar que não teve morte nem sangue.

No fim, os noivos se casaram. A velha que queria o noivo era na verdade a mãe dele (pasmem!). O coroa ricaço pediu e ganhou o perdão da mulher. O mulecote se deu bem e terminou dando uns peguetes numa das amantes do coroa ricaço. Enfim, parece que ficou tudo em paz no fim das contas.

Eu sei que mais tarde na noite de sábado, eu e a Wife só falávamos disso enquanto ela bebia uma cervejinha e eu me deliciava com um Mojito (caipirinha de mexicano) geladinho no bar do hotel. Você pode até pensar que é mentira, mas não é. O problema é que pode não ser necessariamente verdade. Vai saber... a parada começou a ser contada há muito tempo, e você sabe como é. Um aumenta aqui, outro ali... no fim, a gente fica com a versão que nos foi descrita nesse fim de semana.

Agora não vai sair por aí dizendo que eu falei isso ou aquilo. Afinal, todo mundo sabe que eu não sou de fofoca. Pra você ver que eu não estou de brincadeira, eu dou nome aos bois. Quem contou esse cenário pra gente foi um cara chamado Jussi, enquanto seu amigo Jan e os colegas dele tocavam uma música atrás da outra. O que sei é que esse papo está rolando desde 1786, quando um tal de Johannes cismou de dramatizar o caso.

Eu avisei, não era novela. Eu também avisei que não tinha brasileiro, se você pensou que eram finlandeses é por causa de suas próprias conclusões. Você está ouvindo de mim, mas não diz que fui eu quem começou com essa história. Pra não deixar dúvida, saiba:

A gente soube desse rolo na ópera.

"O Casamento de Fígaro" está em cartaz na Kansallisoopera (Ópera Nacional) pelo menos até Janeiro. A Ópera fica na esquina da Mannerheimintie com Helsinginkatu, número 58. Se você for de Tram (bondinho moderno), desça na parada Oopera, a primeira depois da Hesperian Puisto. A obra é dirigida por Jussi Tapola, a orquestra é regida por Jan Latham-König e foi escrita por W.A. Mozart, cujo primeiro nome de batismo e usado pelos íntimos era Johannes.

...

Foi maneiro demais ir à ópera, principalmente pra ver como ali aparecem vários elementos que hoje são muito comuns em filmes, musicais, novelas (agora entendi perfeitamente o soap opera, em inglês). Não há lugar melhor pra se brindar a alegria de estar junto com quem se ama. Parabéns e obrigado Wife.

* Desculpa o título do post. Sabe como é: sensacionalismo é o que a gente aprende na faculdade de jornalismo pra entrar no mercado... tem horas que é difícil se livrar desse mal. :)