Sabe a ressaca?
É, exatamente. Aquele mal-estar depois da embriaguez. É tão ruim que em certos lugares do Brasil há uma gíria que serve pra tudo quanto é tipo de coisa ruim, chata, enjoativa. Você sabe, né? Já teve alguma vez em que você já se pegou dizendo que isso ou aquilo é um porre? Pois é.
A ressaca é um porre, mas não há como negar: enquanto na rebordosa do dia seguinte às tantas doses de vinho, lonkero, cerveja e ... o que era aquilo mesmo?, a capacidade filosófica e reflexiva do ser humano chega a níveis que parecem extrapolar os meros 10% de atividade cerebral à que a maioria de nós está confinada.
Hoje, após um domingo de trevas recolhendo garrafas vazias, desgrudando chão grudendo e retorcendo a cara entre pensamentos e estômago embrulhados, eu me peguei pensando na minha Magé, lá na Baixada Fluminense, e numa das coisas que Lahti tem em comum com ela:
Nos dias em que eu de fato saía e bebia, a ressaca do dia seguinte era muito pior justamente por isso: por lembrar que aquilo era o máximo que se poderia esperar daqui. De lá também, mas em Lahti, - cidade-dia como eu escrevi esses dias atrás - as oportunidades da noite podem ser um porre tal e qual antigamente.
Esse fim de semana, por exemplo, a gente foi pro Armas, anexo da danceteria Ilon Talo, aqui no centro da cidade. Nosso processo foi mais ou menos o mesmo de sempre: recebemos amigos em casa, bebemos, nos divertimos muito e pensamos: "vamos pra cidade! Yuppieeee!!!", mais pela animação bêbada de passar mais tempo com amigos do que pela cidade em si.
"Seria melhor se tivéssemos ficado em casa", disse a Wife no dia seguinte. Verdade.
O lugar estava lotado demais e a night ou a balada ali é diferente. Não sei, tem uma coisa pesada no ar, sei lá. Muitos, como nós, já chegaram lá "alterados". Além disso, eu adoro rock, mas sempre pensei nele como o estilo que toca no momento em que você quer dar um tempo da pista de dança (ou quando a danceteria quer encerrar o expediente) e não como o som da noite toda. E a gente sabia que iria ser assim, pq em Lahti é sempre assim.
Tem os bares: a cervejaria Teerenpeli (minha favorita) e tantos outros pubs pela cidade com tema esportivo, karaokê, mas q no fim, todos têm a mesma essência. Aí, tem as danceterias: Onnela (nunca fui, mas parece ser mais adolescente), Ilon Talo (jovens e adultos, decoração bacana, bom espaço, música animada e por isso sempre cheia), Jackalope (pros trintões). Não lembro se tem mais alguma... rolam umas festas também, e tem uns eventos no hotel Cumulus que um amigo me disse q são bons, mas tb nunca fui pq não parecem que eu gostaria de ir.
O problema é que tirando a diferença de público, essas danceterias tocam o mesmo tipo de coisa. Sempre. Logo, a escolha do destino depende se eu quero ouvir Guns and Roses, Bon Jovi ou Rihanna com a molecada ou com os contemporâneos. E esse tipo de constatação é uma das coisas que fazem a ressaca daqui ser tão deprimente quanto a ressaca lá em Magé. Sempre a mesma merda.
Felizmente, o que salvava lá na terrinha é o que salva aqui. Nos momentos tontos da bebedeira da noite anterior, um sorriso sempre sai quando se pensa que pelo menos os amigos são companhias ideais pra se criar a própria balada. Se a noite lá fora é um porre, pelo menos aqui na sala é inesquecível sempre que rola.
É, exatamente. Aquele mal-estar depois da embriaguez. É tão ruim que em certos lugares do Brasil há uma gíria que serve pra tudo quanto é tipo de coisa ruim, chata, enjoativa. Você sabe, né? Já teve alguma vez em que você já se pegou dizendo que isso ou aquilo é um porre? Pois é.
A ressaca é um porre, mas não há como negar: enquanto na rebordosa do dia seguinte às tantas doses de vinho, lonkero, cerveja e ... o que era aquilo mesmo?, a capacidade filosófica e reflexiva do ser humano chega a níveis que parecem extrapolar os meros 10% de atividade cerebral à que a maioria de nós está confinada.
Hoje, após um domingo de trevas recolhendo garrafas vazias, desgrudando chão grudendo e retorcendo a cara entre pensamentos e estômago embrulhados, eu me peguei pensando na minha Magé, lá na Baixada Fluminense, e numa das coisas que Lahti tem em comum com ela:
- E aí, Léo? Vai sair hoje?
- Porra, pra onde? Pra praça? Ficar rodando feito pião, parar num bar daqueles e encher os cornos até tantas horas?
- Po, dá pra dar um pulo no baile tb, ou pro pagode.
- Ah, cara. Sempre a mesma merda: funk no Mageense ou pagode no Baixa Renda, praça, cerveja no semi-deus ou em outro lugar, casa. Cansei dessa vida, chega. Prefiro ficar em casa vendo a "Praça é nossa".
Nos dias em que eu de fato saía e bebia, a ressaca do dia seguinte era muito pior justamente por isso: por lembrar que aquilo era o máximo que se poderia esperar daqui. De lá também, mas em Lahti, - cidade-dia como eu escrevi esses dias atrás - as oportunidades da noite podem ser um porre tal e qual antigamente.
Esse fim de semana, por exemplo, a gente foi pro Armas, anexo da danceteria Ilon Talo, aqui no centro da cidade. Nosso processo foi mais ou menos o mesmo de sempre: recebemos amigos em casa, bebemos, nos divertimos muito e pensamos: "vamos pra cidade! Yuppieeee!!!", mais pela animação bêbada de passar mais tempo com amigos do que pela cidade em si.
"Seria melhor se tivéssemos ficado em casa", disse a Wife no dia seguinte. Verdade.
O lugar estava lotado demais e a night ou a balada ali é diferente. Não sei, tem uma coisa pesada no ar, sei lá. Muitos, como nós, já chegaram lá "alterados". Além disso, eu adoro rock, mas sempre pensei nele como o estilo que toca no momento em que você quer dar um tempo da pista de dança (ou quando a danceteria quer encerrar o expediente) e não como o som da noite toda. E a gente sabia que iria ser assim, pq em Lahti é sempre assim.
Tem os bares: a cervejaria Teerenpeli (minha favorita) e tantos outros pubs pela cidade com tema esportivo, karaokê, mas q no fim, todos têm a mesma essência. Aí, tem as danceterias: Onnela (nunca fui, mas parece ser mais adolescente), Ilon Talo (jovens e adultos, decoração bacana, bom espaço, música animada e por isso sempre cheia), Jackalope (pros trintões). Não lembro se tem mais alguma... rolam umas festas também, e tem uns eventos no hotel Cumulus que um amigo me disse q são bons, mas tb nunca fui pq não parecem que eu gostaria de ir.
O problema é que tirando a diferença de público, essas danceterias tocam o mesmo tipo de coisa. Sempre. Logo, a escolha do destino depende se eu quero ouvir Guns and Roses, Bon Jovi ou Rihanna com a molecada ou com os contemporâneos. E esse tipo de constatação é uma das coisas que fazem a ressaca daqui ser tão deprimente quanto a ressaca lá em Magé. Sempre a mesma merda.
Felizmente, o que salvava lá na terrinha é o que salva aqui. Nos momentos tontos da bebedeira da noite anterior, um sorriso sempre sai quando se pensa que pelo menos os amigos são companhias ideais pra se criar a própria balada. Se a noite lá fora é um porre, pelo menos aqui na sala é inesquecível sempre que rola.