Hoje, juntei tudo que é garrafa e lata e fui pro mercado comprar coisas pro almoço. Meu recibo deu 3,90 €. Então resolvi ver o que eu compraria com esse valor. Decidi comprar cebola, alho e tomate. A cebola estava 0,59 por kilo. O alho, três por 0,89. Tranquilo. E o tomate?
Na Finlândia, tomate pode ser nacional ou importado. O da casa estava 3,90/kg. O "gringo" 1,49/kg. Qual você compraria? Então, eu pensei a mesma coisa. Fui no mais barato. Mas aí lembrei de ontem, ao me despedir da minha amiga na nossa formatura do mestrado. Ela disse: "volto para o Brasil. Pretendo que este seja meu último vôo". Ela decidiu não encher mais a atmosfera de fumaça querosene. Aí, no meio do corredor, fiquei olhando para os tomates.
Os que eu peguei vieram das Ilhas Canárias, suponho que de avião. Como eu quero cortar meus níveis pessoais de poluição, me enchi de orgulho e devolvi los tomates à prateleira. Peguei o nacional. Mas veio o diabinho capitalista: "Você vai dar quase quatro euros por um quilo de tomates? Heeiiinnnn!?" Aí, de novo, no meio do corredor, fiquei olhando os tomattit. "Já sei! Claro! Porque não pensei nisso antes?!"
Como a Wife está viajando, peguei menos tomates nacionais. Ta-dãã!!! Resolvido. Mas aí, no meio do corredor, olhei pros outros produtos: cebola espanhola, alho num sei de onde...várias coisas do Brasil, como contou a Irene esses dias. Aí o diabinho riu: "Bróder! Vai no mais barato...até porque quase tudo que você gosta aqui é importado mermo, mermão! [sim, o maldito tem sotaque carioca]. Do que você quer abrir mão por causa dessa sua tal mudança, rapá?"
Resisti quanto aos tomates e comprei o Finlandês. Mas não quero abrir mão do melão, do feijão, do arroz, das tangerinas, das laranjas... eu admiro a minha amiga na força de vontade que ela tem em colocar seus ideais em prática. Mas acho que ainda não cheguei a este ponto e nem sei se chegarei. Assim como sei que a produção de carnes causam mais danos ao ambiente, mas não me imagino vivendo sem bifes. O bom é que o exemplo dela vai sempre ficar como o anjinho argumentando contra o capeta muquirana e egoísta da minha consciência.
Nesta de matar um tomate por dia, a pergunta que fica é: até que ponto estamos dispostos a mudar pelo que acreditamos ser melhor pro mundo?
Na Finlândia, tomate pode ser nacional ou importado. O da casa estava 3,90/kg. O "gringo" 1,49/kg. Qual você compraria? Então, eu pensei a mesma coisa. Fui no mais barato. Mas aí lembrei de ontem, ao me despedir da minha amiga na nossa formatura do mestrado. Ela disse: "volto para o Brasil. Pretendo que este seja meu último vôo". Ela decidiu não encher mais a atmosfera de fumaça querosene. Aí, no meio do corredor, fiquei olhando para os tomates.
Os que eu peguei vieram das Ilhas Canárias, suponho que de avião. Como eu quero cortar meus níveis pessoais de poluição, me enchi de orgulho e devolvi los tomates à prateleira. Peguei o nacional. Mas veio o diabinho capitalista: "Você vai dar quase quatro euros por um quilo de tomates? Heeiiinnnn!?" Aí, de novo, no meio do corredor, fiquei olhando os tomattit. "Já sei! Claro! Porque não pensei nisso antes?!"
Como a Wife está viajando, peguei menos tomates nacionais. Ta-dãã!!! Resolvido. Mas aí, no meio do corredor, olhei pros outros produtos: cebola espanhola, alho num sei de onde...várias coisas do Brasil, como contou a Irene esses dias. Aí o diabinho riu: "Bróder! Vai no mais barato...até porque quase tudo que você gosta aqui é importado mermo, mermão! [sim, o maldito tem sotaque carioca]. Do que você quer abrir mão por causa dessa sua tal mudança, rapá?"
Resisti quanto aos tomates e comprei o Finlandês. Mas não quero abrir mão do melão, do feijão, do arroz, das tangerinas, das laranjas... eu admiro a minha amiga na força de vontade que ela tem em colocar seus ideais em prática. Mas acho que ainda não cheguei a este ponto e nem sei se chegarei. Assim como sei que a produção de carnes causam mais danos ao ambiente, mas não me imagino vivendo sem bifes. O bom é que o exemplo dela vai sempre ficar como o anjinho argumentando contra o capeta muquirana e egoísta da minha consciência.
Nesta de matar um tomate por dia, a pergunta que fica é: até que ponto estamos dispostos a mudar pelo que acreditamos ser melhor pro mundo?